Atriz consagrada, Fernanda Torres tomou o gosto pela escrita. O livro Fim trata a morte com certa graça sem deixar de lado as tragédias, os excessos, as tristezas de cinco personagens centrais que viveram intensamente os anos 60/70 e agora estão velhos, todos, na verdade, mortos.
Fernanda revela-se uma escritora inspirada. João Moreia Salles avisa na contracapa do livro: “Avisem aí: uma escritora acaba de entrar em cena”. Verdade, a se julgar pelo Fim, Fernanda pode deixar de lado as telinhas, telonas e palcos. Ela imprime uma narrativa recheada de detalhes sobre os personagens centrais e periféricos. Você dá risada, fica puteado com o cotidiano de um idoso. O leitor – especial ente os mais velhos – são remetidos a reflexão sobre a vida e… a morte que se aproxima, tipo contagem regressiva.
Faltou a Fernanda fechar o livro na mesma toada de toda a narrativa. O último capítulo parece desconexo com o restante do livro, mas é a estreia de Fernanda: compreensível.