Ao analisar as nominatas dos partidos e suas respectivas coligações para as eleições proporcionais fica a constatação de que a maioria dos partidos que disputam o pleito eleitoral são instrumentos da vontade individual de poucos. Vamos conferir coligação por coligação?
O PSB é o partido que mais surpreende ao conseguir uma nominata cheia com 30 candidatos a vereador. O fato de não haver estrelas motivou a todos – a maioria de novatos. Faz coligação com o PTB, esse sim um partido que se encaixa entre os com liderança frágil. A grande estrela do partido é Claudir Maciel, vereador por tantas vezes e que, desta vez, não vai. Bancou o retorno ate então improvável de Christina Barichello à política. O número de candidatos lançados revela a fragilidade: são 3 os candidatos.
Nomes curiosos: da coligação, os nomes curiosos ficam por conta do PSB: Tiago Língua, Nair Bocuda e Olodum.
O PR, partido do candidato a vice Carlos Humberto, também vai de legenda cheia. Conta com nomes bons de votos como Asinil Medeiros, Eduardo Torto, Pedro Francez e Juliete Nitz se conseguir transferir os votos de seu pai, Nelson Nitz. Além de nomes com potencial de votos para engordar a legenda. Está coligada com a REDE que lançou quatro candidatos.
Nomes curiosos: o PR é campeão em nomes curiosos. Vamos a alguns deles: Cleiton Garçom, Dr Paulo da Disk Médico, Juan do Baturité, Lucas do Sushi, Sandro Pantaneiro e Luizão ex mecânica.
O PDT que apoia a candidatura de Fabrício Oliveira disputa com 19 candidatos, nenhum deles com grande expressão. Está coligado com o PTC (7 candidatos), PEN (8), PROS (3) e mais dois partidos de um candidato só: o PHS e o SD.
O PMDB é um caso a parte. A maioria dos 30 candidatos faz parte da tropa de choque do governo ERD. Entre cargos de confiança e vereadores não perca a conta: Ademar do Turismo, Arlindo, Beluzo, Angelina, Cachel, Dani Serpa, Diogo Catafesta, Dão, Tatú, Nena, Marquinho, Probst, Edesio Marcelino, Elton (aquele mesmo), Robertinho, Osny Teixeira e Hanibal, ou Zé Galinha, e Elizeu. Ufa. Conta a lenda que esse número excessivo de peças da máquina é por orientação do prefeito ERD. A coligação é com o DEM, outro com crise de identidade. Apesar de contar com a liderança do vereador Orlando Angioletti o DEM conseguiu reunir 5 propensos candidatos e mais o próprio Angi que tem a difícil de tarefa de enfrentar a tropa de choque do muy amigo prefeito ERD para se reeleger.
Nomes curiosos: disparado Pedrão Pão de Batata, mas cuidado que ele é pedixão. Da parte do DEM temos o Marcio Pokemon e o Cláudio da Trimania.
A mais esdrúxula coligação de todas apoia a candidata Jade Martins, do PMDB. É o mais real mosaico do falido sistema partidário brasileiro marcado pela não representatividade das siglas partidárias. A tripa começa com mais um partido de um só candidato, o PTN. Prossegue com o PSC (5), PSDC (6), PRP (5), PC do B, exército vermelho de um homem só, PPS (3) e o PV, coitado, partido que já fez história em BC elegendo seu primeiro vereador em todo o Estado , foi reduzido a uma agremiação individual de Robson Dias, o seu candidato. Observe que são 7 partidos na coligação; 22 candidatos, uma média de 3 por partido. Essa é a falência.
Nomes curiosos: para partidos curiosos, nomes curiosos faz parte. Como os de Carlos Machado, o eterno candidato; o famosíssimo Pastor Assis, Wanda da Van, Palhaço Sorriso, Nair Costureira, Edson do Parabrisa e Valmor Folhetos Bíblicos.
O PSDB se gaba por ser o maior partido de BC em número de filiados mas não consegue colocar na rua uma nominata cheia. Disputa a eleição com 16 candidatos, entre eles Moacir Schmidt pela reeleição, o ex-prefeito Bola Pereira e o genro do candidato Leonel Pavan. Vai com coragem. Chapa pura.
O PP, parceiro de majoritária do PSDB, está entre os partidos mais fortes com potencial eleitoral. São 24 que disputam vagas no Legislativo. Leonardo Piruka, André Meirinho e Marcelo Achutti (estes dois últimos declaradamente não apoiadores da candidatura de Leonel Pavan) pintam como os favoritos da legenda, também pura.
Nomes curiosos: o PP nos brinda com Índio Corintiano, Sassá e Levi da Pesca.
O PT está à beira do abismo. Só falta saltar o penhasco. O partido encolheu muito por conta do desgaste nacional da sigla. O cenário não é nada animador para a vereadora Marisa Fernandes que busca a reeleição. São quatro os candidatos do PT, entre estes poucos o nome do ex-prefeito da cidade, eleito com Leonel Pavan em 88, Aristo Pereira. O PT está coligado com o PSOL, partido do candidato a prefeito Luiz Osawa. São dois os candidatos a vereador pelo PSOL.
Foto: Reprodução livro Artes Urbanas