Outsider; discreto; emocional nas palavras; racionalíssimo nas estratégias, o advogado Carlos Eduardo Ferreira, o Pingo, foi determinante na eleição de Fabrício Oliveira. Especialista na advocacia de campanhas eleitorais, Carlos Eduardo tem sua base na cidade de Curitiba com serviços prestados para alguns dos principais políticos do país. Fabrício não conhecia Pingo, mas mesmo assim bateu na porta da casa do advogado no Estaleirinho para pedir ajuda. Convite aceito, a incursão de Carlos Eduardo foi muito mais além dos limites da advocacia. Foi ele quem costurou com os pré candidatos a prefeito dos outros partidos nos dias que antecederam a definição das coligações. Conversou com Fábio Flôr, Leonel Júnior e Sênior e Carlos Humberto.
Por ser um outsider, Carlos Eduardo endureceu com os dois primeiros. Se o PP de Fábio Flôr quisesse vir que viesse sem a figura de Flôr na majoritária. Se o PSDB quisesse vir só com Edson Kratz e com Carlos Humberto desde que não loteasse cargos. Fechou com o último.
Por ser discreto, Carlos Eduardo manteve a distância necessária das paixões que regem a política local. Mas sem permanecer na sombra, sempre participando de atividades públicas, especialmente a partir do momento que Fabríco começou a levar sua mensagem às ruas antes mesmo de definidas as coligações.
Por ser racional, montou uma estratégia de campanha nunca vista por aqui. A campanha de Fabrício tirou BC da paróquia dos achismos, das pesquisas mentirosas e das malidicências que sempre pautaram nossas campanhas eleitorais.
Conheci Carlos Eduardo por acaso na Camvel. Das formalidades surgiu uma amizade. Nos tempos de pré campanha trocávamos mensagens sobre as costuras para a campanha. Ele no Estaleirinho e eu no Estaleiro, enfim, na República. A conversa pelo whats acabava em cerveja na encosta do Estaleirinho. Nesses papos percebi que Pingo é emocional nas palavras, assim como eu. Muita piada sobre as situações e personagens; e muito palavrão. Para se ter uma ideia da emoção nas palavras, Pingo largou um “se fuderam!!” ao ser chamado para falar no microfone durante a passeata da vitória. Genial.
O advogado diz que sua missão termina por aqui. No domingo enviei uma mensagem parabenizando e relevando sua importância para a conquista. Ele respondeu que todas as glórias (sem segundas intenções religiosas) são do Fabrício. “Eu fui um operário”, respondeu. E continuará sendo porque a sua missão não terminou ainda. Ele terá que exercer o racionalismo necessário para evitar tentações políticas na costura e composição de um secretariado que se propõe gestor conforme vontade e compromisso do Bebê Johnson (como Fabrício era chamado muito nas internas numa autoria imagino de quem). O tão desejado período sabático interrompido pela campanha de Fabrício fica para depois. Te fode, Pingo (para encerrar no emocional das palavras).