O vereador Lucas Gotardo é o única figura pública a se posicionar contrário a proibição da parada gay anunciada pelo secretário de turismo, Miro Teixeira.
Na matéria publicada semana passada no Diarinho, Miro Teixeira valeu-se de argumentos desconexos e sem sentido para justificar a proibição que, segundo fonte da própria secretaria, teria vindo do alto de Dinamarca.
Teixeira assumiu publicamente a bronca engendrada nos bastidores
Gotardo acompanhou dirigentes da comunidade gay em reunião com o secretário de turismo quando tudo foi acertado. Só verba pública Miro descartou. Agora, o mesmo Miro declarou que a parada não interessa ao município, porque não movimenta a cidade, além de outros argumentos pueris como atrapalhar o trânsito (como se cavalos e crentes não atrapalhassem o trânsito) e não estar no calendário do munícipio (simples, só colocar). Os argumentos do secretário escondem o mais trágico: o preconceito. “Confesso que não sei o que me espanta mais: cercear o direito à manifestação pública por parte desses cidadãos ou entender que esse segmento da sociedade é irrelevante para nossa economia local”, questiona Gotardo em seu discurso que será lido na sessão da Câmara na semana que vem, antecipado com exclusividade para a Publixer Magazine.
“De acordo com a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes, os LGBTs movimentam aproximadamente R$ 150 bilhões por ano no Brasil. Ainda, conforme dados da Organização Mundial do Turismo, enquanto o setor cresce 3,8% ao ano, o segmento LGBT, no mesmo período, surpreende: 10,2%. E isso também sem considerarmos o ticket-médio, que é altíssimo quando comparado com o do turismo convencional”, argumenta o vereador que participou de um seminário realizado em BC há dias onde estavam presentes de algumas entidades representativas do setor turístico da cidade. “Uma cidade que respira o turismo não pode, em hipótese alguma, afirmar que esse público é irrelevante e ignorar totalmente a realidade que nos cerca”, acrescenta. Enquanto essas entidades não se manifestam publicamente a impressão que fica é que gostam de rasgar dinheiro.
Já nas sombras (típico dos covardes), os cavaleiros do preconceito usam de seu poder para exigir a proscrição de manifestações como esta na cidade. “Acredito que, assim como Voltaire, mesmo quando não concordamos com o que as pessoas dizem, havemos de defender o direito de se expressarem”, enfatiza Gotardo. Atitudes como esta expõem que em suas entranhas BC não passa de uma cidade com mentalidade retrógada que ignora uma realidade posta há um bom tempo por aqui: a forte diversidade sexual representada pelos LGBTs. Só não vê quem não quer. Lamentável.