Série Wild Wild Country desvenda o que foi Rajneeshpuram e suas consequências.
No início dos anos 80 li A Arte de Morrer sei lá porque cargas d’água. Foi escrito por um guru da moda chamado Bhagwan Rajneesh. No auge da juventude não tinha a menor intenção de morrer, mas li. O que lembro dele é praticamente nada, mas tenho na memória que gostei do que li. Não virei um rajneesh. Nem tinha ideia da dimensão do que foi a influência desse guru que mexeu com as estruturas da conservadora sociedade norte-americana.
Passados mais de 30 anos, dimensionei todo o movimento assistindo Wild Wild Country, uma série com seis capítulos que você encontra na estante virtual do Netflix. Aliás, eu não vi. Eu devorei a série, porque a cada capítulo uma surpresa me aguardava. Em 1980 Bhagwan comprou um rancho no Oregon para fazer uma cidade alternativa. Houve uma invasão de seguidores, a comunidade cresceu e em pouco tempo começou a incomodar uma micro cidade de população de aposentados que acabou repercutindo em todo o Estado do Oregon e passou a ser uma espécie de interesse de segurança nacional.
Se contar episódios do que foi esse relacionamento, a figura controvertida e fascinante de Sheela, braço direito do guru, uma espécie de CEO da cidade batizada de Rajneeshpuram cairei numa sequência de spoilers do documentário realizado em seis mãos a partir de um achado de vídeos que registravam cenas e personagens da época. Então o melhor é assistir.
Os irmãos diretores Chapman e Maclain Way e a produtora brasileira Juliana Lembi levaram quatro anos para produzir o documentário esclarecedor do que foi o fenômeno Bhagwan que depois de expulso dos EUA adotou o nome Osho e morreu na cidade de Poona, na Índia, rodeado de discípulos.