Afinal, quem consome álbuns em tempos de digital? Só mesmo aqueles que compram vinil ou CD (sim, ainda se consome o formato analógico por mais caro que seja). Neste ano de pandemia muitos lançamentos rolaram. Consumi alguma coisa. Os que menos gosto baixo algumas músicas, os que gosto baixo todas. A audição está longe daquele ritual, praticamente uma liturgia a cada álbum comprado, mas o que importa é a música, então vamos lá.
Até dei uma olhada na lista da TMDQA. São 50 e fiquei curioso. Quem sabe não rolou muita coisa que não ouvi. Sim rolou muita coisa, mas só um da minha lista de 10 estava na lista dos 50 do TMDQA.
Não vou listar do melhor ao menos pior, afinal gosto não se discute (se lamenta).
Começo com o que para a Publixer foi o melhor álbum do ano, por ironia um trabalho engavetado por Neil Young desde 1975, justamente o período mais fértil da obra desse canadense sinônimo de rock´n roll. Homegrown é de ouvir de olhos fechados e sentir a sonoridade de Neil Young.
We are Chaos é o álbum do cada vez melhor Marilyn Manson. Figura esquisita no seu personagem, na verdade, Brian Hugh Warner é uma figura divertida fora dos palcos. Sobre ele se transforma. Seus covers são os melhores (ouça Sweet Dream e Personal Jesus), mas seu trabalho autoral é aperfeiçoado a cada novo álbum.
Hate for Sale é um Pretenders cheio de pegada rock. A veterana Chrissie Hynde com seus quase 70 aninhos não quer saber de baladinha melosa. Aumenta que isso aí é rock.
Lançado na pré pandemia, Father of all Motherfuckers revela um GreenDay enfurecido. Parece que o ciclotímico Billie Armstrong estava afim de fazer um trabalho acelerado, gostoso de ouvir. Depois com a pandemia parece que Billie foi pra baixo. Lançou um trabalho de covers sofrível.
Também na boca da pandemia o Pearl Jam lançou Gigaton, um álbum, digamos, ok. Bem a cara da geléia de pera.. hehe
Rough and Rowdy Days, de Bob Dylan, é o único álbum do Publixer que está na lista do TMDQA. O que dizer do menestrel, prêmio Nobel de literatura, de 2016? Oras,nada, absolutamente nada, além de ouvir suas canções.
Power Up, do AC/DC, talvez tenha sido o álbum mais badalado do ano. Super especulado, super promovido, expectativa criada até vazar na íntegra antes mesmo do lançamento em novembro. Coisas do digital. O álbum segue aquela velha e boa fórmula.
No One Sings like you Anymore é o álbum de covers lançado por Chris Cornell nesta pandemia. Vamos combinar que o vocal do ex Soundgarden e Audioslave é muito foda. A leitura de canções interpretadas por Janis Joplin, John Lennon, ELO, Guns fica especial.
Whoosh, do Deep Purple é daquele álbuns OK, para os fãs do Purple. Nada mais. Dos membros históricos estão Gillan, Paice e Glover. Não tem a mágica guitarra de Blackmore.
Deixei por último o McCartney III, álbum saído do forno recente do beatle Paul McCartney. Ele já lançou álbuns beeem melhores que esse, mas sua audição é obrigatória para quem gosta de rock.