Dias antes da eleição à presidência da Câmara recebi um recado: o presidente da Câmara será do PL. Até então eram três os nomes, todos eles do Podemos. Sobrou um: Marquinho Kurtz, candidato do prefeito. Se recebi o recado é porque já estava tudo alinhavado. O candidato da oposição seria um aliado do governo.
Vamos ao enredo. A oposição contava com sete votos. Faltavam três para levar. Os medebistas Marcelo Achutti e Nilson Probst teriam procurado o vice prefeito Carlos Humberto para compor os sete da oposição mais os três do PL. A barganha? Apoio a candidatura para deputado. O indicado a presidência seria do PL. Bingo! Melhor que isso, impossível. Mas havia um detalhe: o nome seria o de Asinil Medeiros.
O famoso Medeirinhos não topou, porque já teria se comprometido votar em Marquinho. Surgiu então o nome de Cristiano dos Santos. Definidas as estratégias, foram pro pau. Placar final 10×9 para Marquinho com o voto de Medeiros. Uma nota oficial lançada pelo PL um dia depois chama o vereador de Judas sem rodeios. Anuncia que o vereador será expulso e buscar a vaga na justiça (pouco provável que consiga). Na mesma nota, o PL conta a estória da carochinha de que Cristiano, um novato na política, procurou o partido para ser candidato. Outra pérola da nota é evocar a independência de poderes como se não houvesse uma aliança. Pura balela.
Um dia depois da eleição, o Podemos também lançou uma nota oficial assinada pelo seu presidente Osmar Nunes Filho com nenhum tom festivo, mas sim mágoa com o ocorrido. O segundo governo de Fabrício começa com uma distância social enorme com seu principal partido da aliança. Nas redes sociais o que se vê não são troca de farpas, mas sim de traidores. Afinal, quem é quem na traição?
A troco de que esse peitaço?
Especulei com amigos sobre o motivo disso tudo. Foram três as versões. A primeira delas seria de que Jorginho Melo, candidatíssimo a governador, teria interesse em ter Fabrício Oliveira como vice e fortaleceria o nome de CH como prefeito.
A segunda versão foi da possibilidade de Fabrício Oliveira ser candidato a governador numa disputa contra Jorginho Melo (e outros que virão). A presidência da Câmara serviria para atrapalhar Fabrício.
Por fim, uma versão liberal (de dentro do partido) a respeito da pergunta: kkkkkkk
Traições e polêmicas à parte, Marquinho terá um grande desafio como presidente. Arrumar o elevador da sede do Legislativo, coisa que os últimos presidentes não conseguiram.