Nesta quarta que passou fui vacinado. Injetaram a inglesa no músculo do meu braço esquerdo. Sai do drive in com a sensação de sobrevivência, de vitória após praticamente um ano e dois meses seguindo um protocolo junto com a Patrícia e a Isabela. Nada tão extremo, afinal o extremismo vem fodendo com o país, mas isso é assunto para outro artigo.
No início da pandemia ficamos meio sem saber o que fazer. Vimos a cidade ser sitiada num cenário assustador cercada – fisicamente – por todos os lados, coisa dos tempos do século XX quando ainda existiam as ficções (no século XXI as ficções tornaram-se realidades). Decidimos criar uma rotina sem qualquer comprovação de que daria certo. Nada se comprova com esse vírus traiçoeiro.
Não colocamos álcool como capacho, não lavamos embalagens de produtos e outros extremismos. Adotamos o básico: sair só para o mercado e, claro, farmácia. De resto, o básico. Máscara, distanciamento social e álcool gel, muito álcool gel.
Também adotei minhas crenças, não como tratamento preventivo, mas na esperança de fortalecer a minha imunidade, afinal sou cardíaco e nunca acreditei que fosse uma gripezinha. Além da vitamina D natural das caminhadas matutinas, alguns preparados na farmácia da Paty Werner (Oficina de Misturas) consumi durante todo este período.
Nunca propagandeei como a salvação, porque tinha a consciência de que tudo não passava de uma crença de que se fosse infectado talvez a minha reação seria mais leve. Nunca fiz propaganda como os esquizofrênicos esclarecidos (ou não), filhotes fracos (uma metáfora já que muitos dos esquiza são anciões) da pandemia que se esgoelam e lançam perdigotos em defesa de um remédio sem qualquer comprovação de eficácia. São os fracos pela influência de uma liderança suicida, ameaça a Nação. Muitos deles morreram, talvez orgulhosos.
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Cara, sei o que tu passou, foram seis anos que passamos por isso, mais ainda a minha mãe, pois não tínhamos condições de contratar uma cuidadora.
Quantas viagens a Curitibanos, onde moravam na época, para ficar sábado e domingo cuidando dele, para minha mãe e irmão poderem ter um pouco de descanso.
Aquela conversa sem resposta, olhos sem expressão, não ser reconhecido, oro pra minhas filhas não passarem por isso.
Doença maldita, não desejo nem para os piores inimigos, se é que os tenho. Vi o filme uns dois dias antes da premiação. Comentei com a Mari que já sabia quem ganharia.
E olha que o filme não mostrou toda a realidade e nem deveria mesmo.
Abs