Se tem uma coisa que tenho na memória dos tempos do militarismo é que os símbolos nacionais eram intocáveis. Algo como respeito absoluto e inegociável. Não era uma situação regulada pelo bom senso, mas imposta por lei.
Em 1968, com o Brasil sob o comando de Artur da Costa e Silva foi assinada a Lei 5.443 e três anos depois corroborada pela Lei 5700 que regulamenta a forma e a representação dos símbolos nacionais, entre eles a bandeira. A lei valeu até o período de Fernando Collor de Mello.
Da lei de 71:
Art. 31. São consideradas manifestações de desrespeito à Bandeira Nacional, e portanto proibidas:
II – Mudar-lhe a forma, as côres, as proporções, o dístico ou acrescentar-lhe outras inscrições;
III – Usá-la como roupagem, reposteiro, pano de bôca, guarnição de mesa, revestimento de tribuna, ou como cobertura de placas, retratos, painéis ou monumentos a inaugurar;
IV – Reproduzí-la em rótulos ou invólucros de produtos expostos à venda.
O que assistimos hoje, pasmos, é a apropriação pra lá de indevida da bandeira nacional pelos bolsonaristas. Você vê de tudo nas ruas, não em defesa de uma identidade nacional, mas de apoio a uma política autoritária e preconceituosa do presidente da República. E os milicos? Parte deles acha tudo lindo maravilhoso.
Imagina fazer da bandeira o que foi feito na ilustração dessa matéria que usurpei de uma rede social da vida que certamente não foi feita por um bolsonarista? Estava no pau de arara…