O multimilionário espanhol Fabrice Pastor é um grande entusiasta do padel. Foi um dos dirigentes do WPT através de sua empresa, mas foi rechaçado em 2017. Praticamente todos os padelistas de ponta que você assiste hoje no WPT foram forjados na época de Pastor no sentido de transformar o padel numa brand mundial. Não cabe aqui investigar os motivos desse rompimento, mas apenas entender o que é o APT, circuito criado pelo empresário que apesar do A da sigla representar América, vem expandindo por território europeu como a última etapa que aconteceu em Monte Carlo e que teve o brasileiro Júlio Julianotti como campeão com o espanhol Rocafort de parceiro (foto de abertura).
A relação do WPT com a tour de Pastor não é nada amistosa. A alternativa é incentivar novos talentos criados na América e, também, na Europa. Os que não dão valor ao circuito costumam chamar de forma pejorativa de segunda divisão. Alguns nomes do WPT já sem espaço no circuito têm, aos poucos, migrado para a iniciativa de Pastor que tem como CEO o sueco Thomas Johansson, ex-tenista top 10 do ATP em 2002 quando venceu o aberto da Austrália. Outra forma de atrair jogadores é engordar a premiação já anunciada para a próxima temporada. Em Monte Carlo, a dupla campeã embolsou em torno de 10 mil euros.
O que falta ainda ao APT é uma identidade. Excetos algumas poucas duplas que lideram o ranking como os argentinos Chiostri/Alfonso, Arce/Dal Bianco e a dupla brasileira Julianotti/Flores, observa-se que as formações das duplas alternam de acordo com a etapa open ou master realizada em diferentes territórios. Os principais jogadores são patrocinados pela própria organização do evento permitindo que se desloquem por onde for, fato que provoca desigualdade na disputa pelo ranking.
Pastor trabalha muito para consolidar o circuito. Grana não falta para isso. Mas, e quando faltar Pastor, o circuito estará preparado para caminhar sozinho?
Foto: Twitter oficial do APT