Inaugurado no dia 20 de julho de 1991 com a presença de Leonel Brizola (tenho guardado em fita micro cassete o discurso dele), o Centro Integrado de Educação Pública, o Ciep, chegou ao fim graças a esse revisionismo estúpido que assola o país. Por conta do amianto, será construída a tal de escola do futuro.
O “por conta do amianto” diz respeito a lei sancionada por Raimundo Colombo em 2017 que praticamente tira de circulação materiais de amianto no estado de Santa Catarina. A lei serviu de gatilho como pretexto para o atual governo apagar da história a mais ousada proposta de ensino de Balneário Camboriú lançado por Leonel Brizola quando de seu governo no Rio de Janeiro entre 1983 e 1987. Educação integral e desenvolvimento de habilidades diversas de caráter cultural e artístico.
Não bastava substituir o que havia de amianto no prédio e fazer uma reforma estrutural. Foi a oportunidade de mudar o foco na nova ordem política que vem “evangelizando” o país em empreendedorismos retóricos. Desde que Fabrício Oliveira assumiu a prefeitura de BC iniciaram o processo de construção da escola do futuro (ou do amanhã? Sei lá). Basta saber qual a concepção de futuro engendrado no projeto que me parece já conta com recursos garantidos pelo Fundo para o Desenvolvimento da Educação (FDE).
O prédio está sendo desmanchado. O monumento a família de autoria da artista plástica Enedina sabe lá onde será depositado (de certo junto com as Sereias). Mas, por motivos políticos, é praticamente certo que as obras iniciem logo. Temos eleições em 2022. Não será como o campo de futebol do Bairro dos Municípios que até hoje não foi refeito. Afinal, quem se importa com as peladinhas dos rapazes nos finais de semana, não é?