Se há algo que valoriza uma cidade dominada pelo concreto são as árvores urbanas. São elas que dão vida e contrastam com a frieza das paredes dos edifícios de BC. Costumo sempre observar, fotografar e defender dentro das minhas possibilidades como aconteceu com a tulipa quando da implantação da Martin Luther.
Pois agora recebi um exemplar do livro Sombras, um extraordinário trabalho (praticamente um inventário) com as assinaturas de Gabriel e Felipe Gallarza onde muitas árvores urbanas são elevadas ao seu merecido destaque. Tenho lá minhas dúvidas se a própria prefeitura tenha desenvolvido um trabalho semelhante. Chego até a duvidar. Aliás, a prefeitura tem um relacionamento dúbio com relação as nossas árvores urbanas.
Enquanto Edson Kratz desenvolvia o projeto calçadas caminháveis onde algumas árvores foram cercadas de calçada para que o pedestre possa circular (ao invés de simplesmente ligar a moto serra e tratar a árvore como um empecilho), hoje, sem o secretário, acompanhamos pasmos árvores sendo “tiradas de circulação” sem qualquer critério.
O livro tem uma tiragem de mil exemplares, aprovado pelo edital da LIC e com distribuição gratuita. É uma delícia folheá-lo, porque a cada página você se depara com uma frondosa árvore como a figueira que ilustra a abertura dessa matéria.
Legal também, porque você lembra delas e, às vezes, fica tentando descobrir sua localização antes de ler a legenda. É um relatório completo com direito a mapa anexo. Um trabalho no capricho e uma grande contribuição para a cidade que, espero, sensibilize os mais insensíveis civis e autoridades de plantão.