Em tempos de desmonte da cultura promovida oficialmente pelo governo de Jair Bolsonaro nada mais legítimo – e atual – que relembrar o centenário da semana da arte moderna, um movimento que tinha como objetivo romper com as tradições do passado através de novas estéticas importadas da vanguarda europeia.
“Em fevereiro de 1922, variadas representações culturais participaram do evento, como dança, música, literatura, pintura, arquitetura, escultura, poesia e palestras. Realizada em uma época de turbulências no âmbito político, social, econômico e cultural, a Semana de Arte Moderna teve como uma das figuras mais importantes, o escritor Mário de Andrade que, junto a Oswald de Andrade e Di Cavalcanti, articulou e organizou o evento.
Os destaques que se perpetuaram destacam os modernistas Oswald de Andrade, na literatura, Víctor Brecheret, na escultura, e Anita Malfatti, na pintura, sendo ela responsável pela primeira exposição modernista brasileira, em 1917 onde suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Não havia um conceito que unisse os artistas, nem um programa estético definido. A intenção era destruir o status quo. E eles conseguiram”.
O texto entre aspas é do release do evento Semana de Arte – celebração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 que aconteceu na Art Lab Gallery, em São Paulo com 300 obras de diversos artistas contemporâneos e dos modernistas Anita Malfatti (foto de abertura), Emiliano Di Cavalcanti (foto acima) e Tarsila do Amaral.
Frase atribuída a Di Cavalcanti: “Seria uma semana de escândalos literários e artísticos, de meter os estribos na barriga da burguesiazinha paulista”.
Pois a arte atual está mais modernista do que nunca. Nos dias de hoje ser moderno é provocar, se insurgir, ser subversivo a essa política de esfarelamento oficial da cultura brasileira.