A maior obra de BC não é duplicação da faixa de areia, mas sim a garantia do abastecimento de água a toda a população fixa e flutuante das duas cidades banhadas pela Bacia do Rio Camboriú. Afinal, do que adianta um destino turístico famoso e rico com o fornecimento de água colapsado?
Há uns seis anos foi produzido o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú e Bacias Contíguas, pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado em parceria com o Comitê do Rio Camboriú, Fapesc e Certi. Neste documento recheado de estatísticas e projeções, a previsão foi de que daqui dois, três anos o guerreiro Rio Camboriú (foto de abertura) fraquejará e deixará todo mundo na mão. Por ser guerreiro, queremos acreditar que isto não vai acontecer.
Mas viver de fé não garante o futuro de BC. O chamado Parque Inundável é o grande projeto responsável pela garantia do abastecimento de água, mas por ser um investimento alto sobram motivos para protelar sua conclusão. Não por muito tempo. Um possível acordo entre Emasa, MP, Águas de Camboriú e Prefeitura de Camboriú está sendo encaminhado para em busca de uma solução.
O grande empecilho que é o alto valor das indenizações das áreas já declaradas de interesse público em torno de 100 milhões de reais poderá ter como alternativa a locação das propriedades como hoje acontece com os rizicultores. E as obras serão realizadas pela Águas de Camboriú numa negociação de redução dos valores pagos pela empresa de Camboriú à Emasa.
Se tudo acontecer como o desejado pelo menos de 10 dos 600 hectares previsto para ser inundado (a área prevista da barragem é de 130 hectares) cumprirão a função de reservar água para os consumidores das duas cidades. E isso tudo a curto prazo. Sim, até o final do ano ou, mais tardar, em 2023.