No ano de 1971 o relatório de 14 mil páginas chamado Papéis do Pentágono (Pentagon Papers) foi tornado público pelo jornal New York Times e, posteriormente, na sequência, pelo Washington Post que vivia um momento difícil financeiramente. Estava assim provocado o escândalo ao ser revelado o estudo em torno da Guerra do Vietnam, produzido desde os anos 40. Daniel Ellsberg, funcionário do Pentágono, foi quem vazou as informações sob o argumento de que o documento era inconstitucional e feria o juramento dos presidentes envolvidos e seus subordinados.
O filme de 2017, sob a direção de Steve Spielberg e o protagonismo de Tom Hanks, responsável pela redação do WP e Meryl Streep, dona do WP, detalha o envolvimento de todos os personagens e a reação dos donos do poder, pegos de calças curtas diante da revelação que estremeceu com os Estados Unidos.
Para quem gosta do exercício do jornalismo trata-se de uma aula, ainda mais no mundo que vivemos dominado pelo jornalismo entre aspas de Instagram e o que chamam de jornalistas digitais (que porra é essa). Emocionante quando o Post decide publicar com imagens da produção ainda pela linotipia e as grandes rotativas cuspindo jornais. E quando a Suprema Corte dá ganho de causa aos dois jornais garantindo a livre expressão de publicar os documentos até então “secretíssimos”.
O filme encerra com a invasão do comitê do Partido Democrata em 1872 que, para quem conhece um pouco de história, sabe no que deu dois aos depois. The Post é uma película educativa.