Olho hoje pela manhã uma mensagem no Insta do perfil do fotógrafo Paulo Greuel pedindo para que ligasse. Retornei e quem atendeu foi a sua companheira Joana que, aos prantos, deu a triste notícia de que o fotógrafo catarinense que residia em Düsseldorf havia falecido na noite de domingo, vítima de uma parada cardíaca.
Paulo Greuel foi meu vizinho quando ainda vivia na Rua Amadeu da Luz, em Blumenau. Eu ainda era uma criança. Ele é 10 anos mais velho do que eu e logo migrou para a Alemanha. Muitos anos depois o reencontrei, eu já na condição de editor das revistas especializadas Photos & Imagens e Photo Magazine. Ele vivia no Campeche, a República do Campeche, como ele costumava falar.
Greuel foi uma pessoa moderna, descolada, estilosa, inteligente e de um talento desigual na arte da fotografia contemporânea. Conversar com ele era uma delícia intelectual. Ficava até com medo de não poder acompanhar seu conhecimento sobre arte. Ele autor do projeto Cabeças de Santa Catarina, quando produziu retratos super coloridos de personalidades catarinenses. Uma das imagens gigantes era de meu pai, o Teixeirinha, presenteado ainda em vida pelo fotógrafo.
Produzi duas matérias sobre o trabalho do Paulo Greuel para duas revistas diferentes. Ele sabia, como poucos, diferenciar o olhar do trabalho comercial que desenvolveu para algumas das agências mais importantes da Europa com sua produção artística marcada por imagens carregadas de cores. Valeu, Paulo, você é um daqueles que definitivamente não esteve aqui na vida de passagem.