Por conta da passagem do candidato a reeleição Jair Bolsonaro por Balneário Camboriú questionei o uso religioso de sua vinda publicando um vídeo que mostra os “marchadores de Jesus” entonando o batido ‘nossa bandeira jamais será vermelha’. Bastou para que eu fosse acusado de militar. Como posso militar se não sou militarista? Sou daqueles que defendem os milicos cumprindo seu papel de milico e, também, creio que milico não tem salvo conduto para nada. Ele está sujeito a fazer merda como qualquer civil. Farda por si só não deixa ninguém honesto se o cidadão não tem caráter.
O verbo militar está intimamente ligado ao universo militar. Informalmente é utilizado como gíria para outras situações, mas é um verbo que não conjugo. Ser chamado de esquerdista quando exprimo uma opinião não me incomoda. Tenho a convicção da importância da existência do Estado. Estado mínimo é o caos.
O que me deixa indignado é a falta de argumento quando pejorativo me chamam de petista. Putz… nunca fui filiado ao partido. Sempre votei por convicção no primeiro turno nos candidatos do PV e do PDT (no caso, Leonel Brizola na primeira eleição pós ditadura militar e Cristovam Buarque, o único candidato que vi fazer uma campanha baseada na educação, lógico que levou pau). E nos segundos turnos, por exclusão. Uma única vez emplaquei meu candidato no segundo turno. Foi FHC em 1994.
Também fui abordado, dessa vez no twitter, por um cara que parecia ser conhecido (mas não era) me reprimindo quando disse que pobre bolsonarista é destino. Ele escarrou uma lição de moral dizendo que pobre é pobre por seus próprios “méritos”, que não precisa do Estado. Quer coisa mais abominável?
Veja só esse pessoal enlouquecido que vive reclamando da Petrobrás. Claro que procuram um bode expiatório para poupar seu principal responsável. Agora, imagina a Petrobrás institucionalmente privatizada? Nem quero pensar. É uma loucuragem toda essa “militância”.
Ah, para finalizar, reforço o título da matéria. Eu não milito. Eu opino.