A única virtude de Número Zero, do italiano Umberto Eco, são as discussões bem familiares ao cotidiano dos jornalistas. De resto, um livro fraco, sem inspiração, que não empolga o leitor.
Número Zero foge do perfil de Eco. Ele tem poucas páginas e aborda um assunto bem distante dos temas de seus best-sellers O Nome da Rosa e O Pêndulo de Foucault. Número Zero é justamente o que qualquer jornalista tem em mente, a edição experimental de um jornal. Lá reúnem-se alguns jornalistas contratados para dar corpo ao conteúdo do jornal chamado Amanhã que luta para encontrar um formato que possa enfrentar as notícias em real time da TV.
Nas reuniões revelam-se algumas situações bem comuns no cotidiano de um jornalista como aquele assunto proibido por causa dos interesses maiores do dono do jornal. Horóscopo sorteado, as notas de falecimento, as pautas especiais desenvolvidas de um ponto de vista diferenciado ao colocado no ar pelas TVs um dia antes, enfim, é uma aula prática de jornalismo.
Nada mais do que isso.