Twitteiro contumaz, idiota, inútil, impulsivo e velhaco assumido (para ele as bancarrotas – seis no currículo – é uma estratégia a mais nos negócios) são alguns (básicos) adjetivos direcionados a Donald Trump, dublê de empresário e político que governou os EUA. As revelações estão no apurado Medo: Trump na Casa Branca, do jornalista Bob Woodward o mesmo que assinou Todos os Homens do Presidente, lembram? Resultou na queda de Richard Nixon.
Governar sob o signo do medo é uma característica da extrema direita e a frase do título da matéria é da lavra do próprio Trump. Criam-se cenários nos discursos com o intuito de provocar medo ao público em geral. Um exemplo claro é a questão da dualidade que envolve o comunismo. De tanto falarem da ameaça comunista o povo em geral se deixa levar pelo medo.
Os adjetivos não são do autor do livro, mas de colaboradores e advogados que cercaram Trump durante seu governo. Rob Porter, secretário de Trump: “Um terço de meu trabalho consistia em resistir diante de algumas ideias verdadeiramente perigosas que ocorriam e dar razão para que Trump talvez pensasse que talvez essas ideias não eram tão boas”.
Assessores tentaram persuadir Trump a limitar sua atividade no twitter. Trump lançava posts que antecediam todo o ritual burocrático de decisões tomadas em reuniões e que se transformariam em memorandos. “É meu megafone, a maneira de falar com as pessoas sem filtros”, reagiu. Aos seus 10 milhões de seguidores se dizia o Ernest Hemingway dos 140 caracteres.
Quebrava protocolos de segurança sem dar satisfação a seu staff, se comportava como uma criança a cada chamada de atenção de seus colaboradores formado por militares em sua maioria. Ivanka, o genro Jared e Bannon exerciam uma influência não oficial contrariando os colaboradores do presidente, profissionais da burocracia governamental.
“O presidente não entende nada, não tem nem ideia do que fala”. “É idiota”. “É inútil tentar convence-lo de nada”. “Nem sei porque estamos aqui este é o pior trabalho que já tive na vida”, são algumas frases pinçadas no decorrer do livro que tem um final genial. Quando o leitor chega próximo do fim das 420 páginas se pergunta como será o grand finale.
Enrolado com a justiça, Trump teve um advogado particular para defende-lo que ganhou no cansaço ao demiti-lo. Foi ele o autor da frase final do livro com mais um adjetivo: “É um mentiroso de merda”.