Quando o prefeito ERD inventou a passarela, ele mesmo diz que estava em um bar com poucos colaboradores mais próximos. Rabiscaram a passarela em um guardanapo, como ele próprio faz questão de dizer. Surgia ali a obra que marcaria sua passagem de oito anos no comando da cidade. A obra foi evoluindo. Muitos curiosos passavam pela Barra Sul só para conferir a tal passarela que na mente do prefeito teria restaurantes nas duas extremidades e serviria para que os moradores da Barra atravessassem o rio sem a necessidade de uma balsa.
Quando a passarela tomou forma veio a constatação, o prefeito criou um monstro arquitetônico totalmente desconectado com o cenário daquele belo espaço da cidade. Esteticamente sofrível. Agrediu a tudo e a todos, mas havia a esperança de que o equipamento cumpriria seu papel conforme anunciado pelo prefeito. Aí começaram a surgir algumas mudanças naturais para um projeto rabiscado no guardanapo. Primeiro o prefeito anunciou que não haveria mais restaurantes. Falou o óbvio, porque depois de pronta, a passarela revelou a todos que não teria condições de receber dois restaurantes e nem um restaurante. Mudaram então os elevadores que teriam uma capacidade tal para receber mais pessoas. Esta seria a alegação oficial. Mas, nas conversas não oficiais os elevadores não deram certo para o que foi projetado. A confusão de que seria um equipamento para fins sociais ou turístico também ficou claro durante as especulações durante o início da obra. Outras especulações foram levantadas como a de que como seriam transportadas as bicicletas já que o prefeito havia anunciado o fim da balsa.
Enfim, os anos foram passando e a obra cada vez mais cara. As especulações deram lugar a algo mais grave: a corrupção. A passarela foi o palco central da investigação da Operação Trato Feito. Engenheiros e cargos de confiança presos e agora denunciados dão nova conotação para a obra que marcaria o(s) governo(s) ERD: a corrupção. Em final de mandato, Periquito contabiliza o prejuízo que representou aquela maldita cerveja no bar que o transformou em arquiteto por alguns instantes. Ele está sendo mastigado pelo monstro. Um monstro implacável que vai engolir o prefeito, arrotar e cuspir os ossos.
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[…] por Bola Teixeira – via Publixer […]
O que esperar de um megalomaníaco, em uma mesa de bar? Óbvio que o resultado seria desastroso.