Nos anos 80 do século passado havia o Clube da Cabrita. Rolava toda terça-feira, se não me engano, e era… ao meio dia. Isso mesmo ao meio dia de um dia útil figuras da política de BC se reuniam para comer, beber e dar risada na falecida Churrascaria Pavan, na Avenida do Estado ali onde hoje é o Angeloni. A Churrascaria Pavan era famosa. Leonel, na época vereador, podia ser visto sentado conversando com os clientes ou servindo o espeto corrido. Na terça ele era parte da confraria da cabrita com Jaison Barreto, Valter Barichelo, Jonas Ramos Júnior e outros nomes “menos da política”.
Na semana passada inauguraram o Clube da Carta, uma versão nada a ver com os tempos passados. Este novo clube é uma mistura de interesses diferentes, onde só se fala de tomada de poder. Não se come, não se bebe, não se dá risada. No primeiro encontro chamou minha atenção a foto que circulou mostrando uma mesa cheia de garrafinhas de água rodeada pelos membros da confraria. Ontem (segunda-feira), a confraria voltou a se reunir e agora eles posaram com uma carta. Uma carta que ainda não está pronta e fui saber hoje já havia sido discutida na primeira reunião, aquela das garrafinhas de água. A discussão vazada desta reunião foi a de todos os partidos presentes se comprometer a não se jogar nos braços do governo e a própria redação desta tal carta que sei lá se vai versar sobre “é proibido se jogar nos braços do adversário”.
A carta final fica para semana que vem. Uma terceira reunião para se resolver uma carta com efeito nulo, afinal de contas, na política nada se resume a um documento assinado. Este jogo de cena poderia ser evitado. No ritmo que vai essa exposição dos opositores todos eles acabarão sendo personagens do anedotário da política de BC.
É, a coisa está turva por aqui. De um lado, um governo paralisado e do outro uma oposição contaminada pela vaidade do gostinho do poder. Quero mais é beber, comer e dar risada com o Baricha, Jaison, Joninhas e o Pavan, o daquela época.