Uma frondosa mangueira, cheia de vida, veio abaixo em Taquaras. É mais um capítulo dos assassinatos em série que iniciaram em três terrenos na Praia do Estaleiro, todos avalizados pela Secretária do Meio Ambiente. Coincidentemente todos os terrenos são atribuídos a família Pires, como todos dizem, do Joel Pires.
Quando os contratados colocaram abaixo toda a vegetação do lote aqui perto de casa, ao ouvir a moto serra, fui até lá. O rapaz mostrou a autorização da secretaria do Meio Ambiente, assinado pelo engenheiro agrônomo da secretaria Harold Alberge. Questionei, mas toda a vegetação e ele respondeu que provavelmente Joel Pires construiria uma casa. A um membro da APA, a secretaria do Meio Ambiente confirmou o que chamam de motivação de uso. Ou seja, Joel Pires vai construir em todos os terrenos. Por ironia, alguns dias após o assassinato, um dos filhos de Joel Pires estava no terreno na companhia de um corretor de imóveis com atuação na região. Em troca deste assassinato, a secretaria alega que foram doadas 120 mudas de vegetação nativa.
Hoje recebi a mensagem: mangueira destruída. Esta mangueira estava localizado em um terreno gigante de vegetação rasteira de frente para a Interpraias. A única árvore do terreno era a mangueira. Ou seja, não atrapalharia qualquer construção naquela área. A coitada da mangueira é exótica, motivo suficiente para condená-la a morte. É esse o discurso do pessoal da secretaria para tirar o corpo fora: é exótica. Exótico é contar com pessoas que pensam dessa forma. Exótico por exótico arranquem todos os coqueiros e palmeiras, mas, enfim, estamos em uma área de APA. O bom senso deveria prevalecer, mas vivemos em BC da ganância e de dirigentes públicos mais preocupados em ocupar o poder. Desanimador.
O mais desinteressante dessa sacanagem toda é que no trajeto até o local onde fotografei a ex-mangueira, muitas placas de “Respeite a Natureza”.
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Isso não era uma mangueira, com quase toda certeza. Era uma Figueira. Espécie nativa e endêmica. Isso é crime ambiental.