Durante o período de votação muita gente comentava sobre o reduzido número de eleitores que se fez presente nas sessões eleitorais. Chegou-se a afirmar que o percentual de abstenção seria de 40%. Alarme falso. A abstenção foi de 31,60%, ou seja, quase 10% a mais do que em 2016. Fabrício Oliveira, que foi reeleito com mais de 13 mil votos de diferença para o segundo colocado, terá uma Câmara mais encardida, com gente de olho no gabinete do alto da Dinamarca.
Neste domingo um total de 61.682 eleitores votaram (em 2017 foram 70.702). Foram registrados 56.574 votos válidos contra os 65.889 de 2016. Também em 2016, um total de 20.736 cidadãos decidiram não votar. Em 2020 este número aumentou para 28.765.
Os números refletem diretamente na votação dos candidatos ao legislativo e executivo. A grande maioria dos eleitos – e não eleitos – encolheu de voto. Somente três candidatos a vereador podem comemorar o acréscimo de votos. O mais feliz deles deve ser o jovem Victor Forte (PL) que de 791 saltou para 1.119 votos. Seguem: Elizeu Pereira (MDB) de 1.074 para 1.127 e o presidente da Câmara, Omar Tomahli, que, apesar do parcial bombardeio que sofreu durante a campanha, aumentou de 1.086 para 1.105.
Gelson Rodrigues (Cidadania), o candidato com a impressionante capacidade de atrair cabos eleitorais, viu sua urna emagrecer: de 1.196 para 1.001. Quase reduziu para os três dígitos. O mais bem votado, Lucas Gotardo (Novo), somou 1.220 votos (contra 1.236 em 2016); o vice campeão de votos, Marcelo Achutti (MDB), 1.203 (1.248, de 2016).
Os demais eleitos: Asinil Medeiros (PL) minguou de 1.583 para 1.189; Marquinho Kurtz (Pode), 1.075 (1.082); Arlindo Cruz (PSD) baixou de 1.409 para 919; Nilson Probst (MDB), 901 (1.310); André Meirinho (Pro) de 1.247 reduziu para 836; David LaBarrica emagreceu em votos de 1.130 para 730; Patrick Machado (PDT), 500 (525).
Os novos
Algumas carinhas novas estarão na legislatura que inicia em janeiro. Vamos a eles:
Cristiano que foi candidato pelo Progressista em 2016 e obteve 965 votos, vestindo a camisa do PL encolheu de votos. Somou 859 e “roubou” a vaga de Juliethe Nitz por incríveis 4 votos. Juliethe caiu de 963 para 855 votos (primeira suplente).
Kaká Fernandes, candidato pelo PSDB em 2016, somou 974. Dessa vez, já pelo Podemos, obteve 929, o bastante para arrancar a vaga que era de Roberto Souza Júnior que, pelo MDB somou 1.265 votos, em 2016, e agora, pelo Podemos, somente 925 votos (primeiro suplente), ou seja, três votos a menos que Kaká.
Alessandro Kuehne, o Teco, foi o único eleito do Republicanos, partido da famosa Dileta. Somou 829 na última eleição pelo PSB e dessa vez, aparentemente na oposição, garante sua vaga com 606.
Juliana Pavan nunca foi candidato na vida. Na sua estreia somou 994 votos e mandou embora Aldemar Bola Pereira, a grande decepção da eleição com 680 votos (primeiro suplente) contra os 1.088 da última eleição.
Outro novato que se deu bem foi Eduardo Zanatta (PDT), ex-funcionário do gabinete do vereador Pedro Francez que o apoiou. Somou 544. Seu padrinho havia obtido nas urnas em 2016 um total de 1.137 votos.
Por fim, Anderson dos Santos (Podemos), apoiador de primeira hora do prefeito Fabrício que o ajudou bastante nomeando em alguns cargos estratégicos para que quer seguir a carreira política. Deu certo. Foi eleito com 1.063 votos.
Ficaram de fora
Alguns nomes tiveram boa performance nas urnas, mas não foram eleitos. Outros não foram tão bem assim, mas alcançaram a primeira suplência.
Marisa Zanoni (PT), 857 votos; Guilherme Cardoso (Podemos), 824 votos (segundo suplente); Nena Amorim (MDB) (primeira suplente), 763; Nelson Oliveira (PL), 725 votos (segundo suplente); Levi da Pesca (PTB), 713 votos; Dudu Mafra (PL), 708 (terceiro suplente); Dani Serpa (PSD), 692 (primeira suplente); Naifer (Novo), 659 (primeiro suplente); Joceli Nazari que tentou a reeleição é o primeiro suplente do Cidadania com 545 votos. Lageano (Pro), 559 (primeiro suplente). Samir Dawud (PDT), 498, ou seja, por dois votos acabou como primeiro suplente. Humberto D’Alecio (Patriotas), 470 votos (primeiro suplente) e Isabel Flehr (Republicanos), 323 votos (primeira suplente).
Os partidos
O mapa partidário em BC alterou bastante por conta das mudanças de siglas do grupo político do prefeito Fabrício Oliveira e a novidade Partido Novo que terminou a disputa em quinto lugar, uma ótima estreia. Há também os partidos em queda livre.
Com o PSB esfarelado, o grupo do prefeito começou lá atrás a distribuir lideranças em diversos partidos com o Podemos como base central. Envolveu ainda os partidos Patriotas, PSD, Cidadania e PTB filiando as lideranças.
Com um prefeito fortalecido, o Podemos teria que ser o maior partido da cidade em número de votos. Somou 10.227 contra 7.429 do PL; 7.115 do MDB; 4.977 do PDT (alcançaram a projeção pré-campanha) e a novidade, o Novo, com 3.891. Estão em processo de encolhimento o PP que com sua desastrada direção quase deixou André Meirinho de fora (2.964 votos) e, quem diria, o PSDB, o partido com mais filiados em BC, e seus minguados 2.913 votos.
Seguem os partidos com representação na Câmara Patriota, Cidadania, PSD e Republicanos. Um total de 11 partidos.
A oposição
Diferente da legislatura passada, esta que inicia com pelo menos dois nome de olho no alto da Dinamarca: os mais votados Lucas Gotardo e Marcelo Achutti.
Gotardo é o vereador mais votado e já falou entre amigos que esta é a última temporada na Avenida das Flores. Quer alçar voo mais alto. Já Achutti se filiou ao MDB com duas expectativas. O fracasso de Piriquito e ser o vereador mais votado do MDB e, quicá, geral. Só não deu 100% certo porque ficou 17 votos atrás de Gotardo.
As cartas estão na mesa. Fabrício terá uma posição mais barulhenta e governará os quatro anos – garantem seus apoiadores – sem saber ao certo quem será seu sucessor, pois está rodeado de lideranças limitadas eleitoralmente.
Reeleito
Esta foi uma campanha eleitoral meio que parecida com a reeleição de Piriquito. Um WO anunciado. O governo de Fabrício foi aprovado e ainda contou com dois adversários que entraram na disputa já combalidos. Piriquito por motivos óbvios e Auri, um ilustre desconhecido das massas.
Mesmo assim a urna de Fabrício encolheu um pouco. Foram 30.205 contra os 32.552 votos de 2016.