No ano de 1998, Curitiba sediou a exposição American Grafitti que reuniu 110 obras de grafiteiros que tomaram conta das principais áreas urbanas norte-americanas entre as décadas de 60 e 90. Eu tentei trazer para BC, na época, mas o máximo que consegui foi conhecer os principais nomes da arte urbana e suas obras através do belo livro American Grafitti, do italiano Achille Bonito Oliva que ganhei de presente como consolo. Todo esse pessoal antecedeu Banksy, personagem central da série de reportagem da Publixer Magazine.
“Algumas cidades americanas apresentam atualmente um espetáculo espontâneo que explode nos muros dos edifícios, dos subterrâneos do metrô e até mesmo dentro dos vagões. Uma escritura livre e anônima, cromaticamente agressiva, traçada com tinta em jato gasoso de aerossol (spray), atrai a atenção dos transeuntes e da multidão anônima que atravessa a cidade”, escreveu Oliva.
O autor destaca o Bronx e seus artistas negros e porto-riquenhos que começaram a se expressar no meio urbano. A onda se expandiu em centros urbanos como Los Angeles, San Francisco, a própria Nova York e Paris sem qualquer hierarquia e revelando uma liberdade criativa e expressiva que passou a chamar a atenção das pessoas que circulam nas ruas e… dos galeristas.
Talvez o mais famoso deles tenha sido o nova-iorquino Jean-Michel Basquiat (imagem de abertura de uma de suas obras) que, em 1977, com o amigo Al Diaz começou a grafitar nos prédios abandonados em Manhattan. Basquiat viveu intensamente e morreu aos 22 anos.
Mas não só Basquiat se destacou nessa geração de grafiteiros. Outro personagem intenso foi Keith Haring (foto acima), com seu trabalho bem autoral, inconfundível. Morreu aos 31 anos vítima da AIDS. Quando contraiu, Haring criou a KH Fundation dedicada as crianças vítimas da AIDS. Outro nome, foi Ronnie Cutrone que brincava com os personagens de HQ e a bandeira norte-americana.
Cada um com sua assinatura característica, completam a geração que transformou as áreas urbanas em galerias de arte a céu aberto nomes como Brown, Ramellzee (foto abaixo), Kanny Scharf (foto acima), A-One, Crash e Daze. Todos eles abriram o caminho para Bansky arregaçar de vez com os valores de arte até então estabelecidos.