Ainda o Lerner I
Ainda não olhei todo o tal do masterplan produzido pelo Instituto Jaime Lerner que custou uma fortuna para os cofres da prefa. O que vi não gostei, porque leva a um documento público oficial iniciativas privadas polêmicas como o BC Port e o prédio ao lado da BR em área colada ao mangue. A impressão que fica é que o governo usa dinheiro público para legitimar projetos que sequer foram aprovados.
Ainda o Lerner II
O que o documento omitiu é a ocupação desordenada de nossas encostas. Há ocupações por todos os lados com vistas para o paredão de prédios, ou seja, bem próximos da alta burguesia da cidade. Nestas ocupações existem as pessoas do bem e os marginais da sociedade. Sem uma atuação/fiscalização/ordenação/disciplina a situação tende a piorar a cada ano, basta ver a timeline da Fortaleza, ali no São Judas/Barra. Não vi uma linha a respeito no masterplan e não tenho visto nada da atuação do Cuida. Ainda existe?
Ainda o Lerner III
Temos propriedades que valem milhões na orla e fora dela. Num país em degradação social teremos em breve uma cidade simbolicamente bolsonarista. Cercada de perigo por todos os lados, com medo, espiando pelas cortinas, armada e dando tiro pra tudo quanto é lado.
Ainda o Eduardo Bolsonaro I
Tinha acabado de escrever a última coluna quando soube da vinda do deputado Eduardo Bolsonaro a cidade e com direito a um mimo proposto pelo vereador Kaká Fernandes: cidadão honorário da cidade. Veja só. Mandei mensagem para o vereador que ignorou. Quando assumiu pediu meu apoio. Para esse tipo de coisa, não mesmo.
Ainda o Eduardo Bolsonaro II
Copiei e colei no meu insta manchete de uma matéria publicada pelo Página 3 a respeito da honraria. Incrível foi a reação nada cristã de dois funcionários do parlamentar. Num post mais recente do Marzinho no Facebook sobre o “enfia a máscara no rabo” (comportamento de coroinha dos mais conservadores), dois cristãos também assessores parlamentares comentaram contestando o post. Acho que faz parte da função, ganha ponto do patrão. Fiquei curioso sobre um deles que é assessor parlamentar e empresário. Sim, sim.
PM
Dois episódios envolvendo PMs. Primeiro fotos da visita de Bolsonaro no quartel da Noruega e selfies e mais selfies dos policiais sem máscara nas redes sociais, depois apagadas. Outro episódio foi o promotor Rosan da Rocha reclamando nas redes sociais de um PM sem máscara fazendo blitz e com direito a cutucada do PM que alegou não ser comprovada a proteção da máscara. Uia! Cada um faz o que bem entende, até mesmo numa instituição do Estado.
Não procede
Ouvindo o horário do véio Tigre dos cabelos brancos fiz um comentário sobre o engordamento da praia depois da entrevista do prefeito anunciando as obras e ele falou na latinha que sou contra. Nada a ver. Só acho que não é hora. Vivemos um estado de emergência sanitário muito grave e os políticos (todos) comportam-se como fatalistas com relação a vida.
Gato e rato
Para uma cidade que foi sitiada lá no início da pandemia, hoje discursar que o negócio é abrir leitos mantendo a cidade na normalidade é como assistir Tom e Jerry.
Que loucura I
Cada vez que passo em frente aquele trambolhão do centro de eventos fechado sem qualquer utilidade mesmo que sanitária em tempos de pandemia meu sentimento é de desânimo. Acho que essa tragédia afeta a cuca de todo mundo, especialmente dos políticos. O centro de eventos como está é o cérebro dos políticos.
Que loucura II
Para dimensionar a parcialidade que se enfrenta essa guerra contra o invisível, basta conferir as ações de humanos inimigos visíveis nesta guerra. Vou dar o exemplo de um tal Castelinho na Praia do Estaleiro (serve para todas as festas que rolam por aí). É uma situação aparentemente sem solução não só pela Covid, mas pela perturbação do sossego. As festas são constantes, viram a noite e a dona da bagaça parece querer enfrentar a todos.
Que loucura III
No domingo de manhã vi uma fila indiana de carros da PC, PM, GM e fiscais da prefeitura indo em direção do tal Castelinho. Tempos depois vi num dos grupos que estava tudo tranquilo. Som baixo, as pessoas descansando. Parece piada, não é? Se querem mesmo acabar façam campana, usem drones, infiltrem laranjas na festa. É só querer. Coitados dos vizinhos. Tem até morador pensando em vazar do Estaleiro.