Quando cheguei para fazer minha última homenagem ao Seu Macita estava iniciando a cerimônia no Vaticano. Seu genro, Maurício, falando pela família, lembrava das árvores que o patriarca plantou e do livro que não imprimiu, mas escreveu com atos e atitudes que lhe renderam o carinho das pessoas. De fato, Macitão foi um ótimo papo. Figura intelectualmente acima da média, colecionador de livros, empreendedor, família, jogador de bola que atuou com meu pai, enfim uma pessoa agradável de se conviver.
Quando a Camvel/Promenac fez 55 anos ele disse que queria registrar a marca. Sugeri um livro sobre a vida dele, algo que logo descartou. Não quero e não gosto de falar de mim, logo desconversou. Sugeri então uma revista corporativa que foi produzida sob o título de “uma história de famílias”. Logo que encerrou a cerimônia, vi que sua filha Lídia estava com um exemplar da revista debaixo do braço. Ela mostrou, nos abraçamos e ela agradeceu o registro. Macitão queria outra dessas quando a empresa completasse 60 anos, mas veio a pandemia e tudo ficou mais difícil. Não consegui mais papear com o véio Macita.
Macitão cumpriu seu papel em vida e se junta aos pioneiros empreendedores da cidade que nos deixaram nos últimos anos. Foi ele quem decidiu construir a Camvel naquele fim de mundo da Quarta Avenida que mal e mal estava aberta. Meu pai deve estar feliz de poder receber o Macitão. E nós ficamos por aqui.