Faltando menos de 20 dias para o início da janela para a realização das convenções partidárias, nós leitores (eleitores) acompanhamos uma cobertura das eleições para o governo de Santa Catarina recheada de “plantadas” que os formadores de opinião costumam adubar sem questionamentos. Para nós, leitores mais atentos, a impressão que fica é que os jornalistas de política – a sua grande maioria – é cúmplice desse cenário de desinformação.
Talvez essa cobertura reflita a anarquia geral e irrestrita dos políticos envolvidos nesta pré-campanha que chutaram seus partidos para responder aos próprios interesses quando se deixam fotografar com candidatos ao governo. Entre tantos candidatos, me refiro a Carlos Moisés, um ilustre desconhecido que foi eleito sob o efeito do 17 e do que chamavam de nova política. Moisés é, na verdade, é que há de pior da velha política ao ritmar sua campanha a reeleição com o dinheiro público que administra como suporte de cooptação.
Então, não é raro de se ver fotos do candidato a reeleição abraçado com políticos do PP, PMDB, PSDB, PSD mesmo que as agremiações partidárias não estejam alinhadas com a sua candidatura. Os colegas jornalistas de todos os quadrantes barriga-verde noticiam sem questionar. Pelo contrário, especulam para todas as direções sem lembrar no que escreveu na semana passada. O que era furo, cicatrizou.
O jornalismo em tempos de digital está bastante difuso. Os velhos jornalistas todos já conhecemos. Alguns deles, como os políticos, estão mais interessados nos seus interesses próprios do que com os leitores. Os mais novos, sem os tradicionais meios de comunicação esfarelados pelo tempo, tentam se impor através de páginas na internet. E, como todos sabem, o dinheiro não cai do céu. Então, se você acompanha esse, aquele ou qual seja o jornalista e suas plantadas (suas não, na verdade usados pelos políticos) ficará mais confuso do que informado.
E assim caminhamos para escolher o próximo governador. Sem base, sem propósito, sem convicção, sem partidos políticos. Está em jogo somente o interesse privado de cada candidato apostando no voto do eleitor. Que baita desgraceira.
Foto: Brian Wertheim/unsplash.com