Este final de semana marcou a abertura do calendário do padel competitivo com a realização da primeira etapa do BPT nas quadras do Clube dos Funcionários da CSN, em Volta Redonda. A final envolvendo Stefano e JP Flores contra André Freitas e Bruno Nakid foi uma repetição da final do master que fechou o calendário de 2022.
O padel brasileiro vive uma dicotomia entre a recreação e a competição. Enquanto o número de praticantes, quadras e clubes crescem, as competições oficiais encontram dificuldade de afirmação. É sempre uma dificuldade de se manter um nível como o BPT que não consegue uma grande empresa que possa sustentar um circuito por mais irônico que possa parecer, afinal o nível do poder aquisitivo das pessoas que praticam o padel é bem acima da média de outras modalidades. Portanto, na lógica comercial, seria um produto com retorno.
O BPT depende do esforço dos atletas, de algumas – poucas – marcas segmentadas da modalidade e dos clubes onde são realizadas as etapas para se pode manter um nível de participação que envolve profissionais, semiprofissionais e amadores avançados. Para esta temporada foram anunciadas 18 etapas, sendo cinco delas, sem a confirmação de local. Cidades como Curitiba (tradicional cidade de formação de atletas e prática da modalidade) e São Paulo/Santos ainda não confirmaram se sediarão alguma etapa. A principal etapa, a master, ainda não tem sede confirmada.
Mas, com todas as dificuldades, vamos celebrar o que acompanhamos em quadra como a final realizada em Volta Redonda, uma verdadeira exibição dos quatros jogadores. Stefano e JP levaram a melhor no detalhe. Venceram o terceiro set no tiebreak por 7×5, levantando o público presente com muitas crianças acompanhando. O resultado emocionou os Flores pelo histórico que eles têm com Volta Redonda, onde, há 10 anos, começaram a ajudar na semente do padel plantado em território carioca. A vibração, deles, do público, e das crianças não poderia ser outro. Foi um prazer especial também, porque foi a segunda vitória seguida sobre os rivais.
WPT, Premier e A1
O circuito do WPT é aguardado com grande expectativa em função de todas as mudanças que aconteceram na formação das duplas. A primeira etapa, um master, será realizada de 20 a 26 de fevereiro em Abu Dhabi. De olho, então, no aplicativo do WPT, não esquecendo de acionar o VPN.
A A1 Padel (ex-APT) começa hoje com um torneio Master na Cidade do Cabo, na África do Sul. Com nova roupagem semântica e prêmios mais “saborosos”, o circuito de Fabrice Pastor tenta atrair jogadores para o seu universo. O A1 é transmitido pelo Star+.
O Premier Padel tem início na Qatar assim que terminar a etapa do WPT. O calendário anunciado é exatamente o mesmo de 2022 com oito etapas. É um circuito meio incógnito com muito dinheiro disponível e pouca valorização dos atletas, pois, sequer, existe um ranking. O site é decorativo e suas redes sociais acionadas durante os eventos. Os jogos são transmitidos pelo Star+.
O ano também marca a despedida de Pablo Lima das quadras, especial, porque trata-se do melhor brasileiro de todos os tempos.
E, por aqui, começam os torneios de clubes. Sem patrocinadores fortes, os promotores carregam nas inscrições cada vez mais caras. Por ser um esporte de família, participar de um torneio representa uma boa graninha só com inscrição, imagina se tem que se deslocar de cidade.
Let´s play 2023!!
Fotos: Padel RG