Piero e Lulla vieram da Itália nos pós guerra amedrontados com a possibilidade de uma terceira guerra por conta da Guerra das Coréias. Chegaram no Brasil em 1951, onde Piero montou uma fábrica de aperitivos e uma vinícola, negócio que a família Gancia estava metida desde 1850. Mas o casal se notabilizou pelo envolvimento com a velocidade como conta, em parágrafos o filho autor do livro “Lulla & Piero Gancia – No Grande Prêmio da Vida“.
“O tempo foi passando até um dia em janeiro de 1962, por uma razão muito fortuita Piero inicia a correr de automóvel. Lulla não aprova e chega quase a brigar com Piero mas ele, com seu charme e calma, consegue convencê-la a dar umas voltas em Interlagos. Lulla gosta e começa a correr e, nas corridas longas, a organizar os boxes da equipe de Piero. Em 1966, Piero torna-se o primeiro Campeão Brasileiro de Automobilismo da história”.
Sobre Interlagos e os guard rails
“Interlagos, que havia sido inaugurado em 1940, após 26 anos sem nenhuma manutenção estava totalmente obsoleto Em 1967, com a ajuda dos pilotos de São Paulo, convence o então prefeito, o carioca Faria Lima, a finalmente fazer uma reforma no autódromo. Faria Lima nomeia Lulla para tocar a obra”.
“Filha de engenheiro e neta de um famoso arquiteto, Lulla sabia o que fazer; era o que sempre sonhou. Foi à Itália falar com o presidente do Autódromo de Monza, que lhe dá a receita da reforma necessária. Lulla volta ao Brasil convencida do que deveria fazer, trazendo na “mala” o empenho de uma fábrica de guard rails que viria a se estabelecer no Brasil pois aqui eles não existiam. Nenhuma estrada brasileira tinha guard rails; você saia da estrada e despencava barranco abaixo”.
“Quando a reforma do Autódromo de Interlagos terminou, Emerson Fittipaldi estava saindo para a Europa onde se destacaria com uma meteórica carreira. Quatro anos após terminadas as obras, o Brasil tinha os seu primeiro GP de F1. Obra da Lulla que o machismo de alguns preconizava que nada produziria”.
Tem muito mais história envolvida sobre Interlagos e o GP do Brasil, mas aí tem que ler “Lulla & Piero Gancia – No Grande Prêmio da Vida“.