Nitz, o Nelson
Semana passada BC perdeu Nelson Nitz, empresário, político, dirigente sindical e fazedor de amigos. Conheci Nitz quando era foca no jornalismo há 40 anos. Ele vereador (veja foto de sua posse). Costumava visita-lo no escritório da Pecon ali na Brasil. Confesso que não gostava do governo de Schultz então, na época, fiquei bravo com Nitz que livrou a cara do prefeito num processo de impeachment que, hoje, depois de tanto tempo, avalio que seria um erro.
Nitz, o Nelson I
Por conta disso, politicamente me posicionei como adversário do Nelson tanto em 88, quanto em 92 quando ele tentou ser prefeito e em 96 (como apoiador da chapa Spósito/Aristo). Hoje, depois de uma série de conversas com ele, sinto que sua maior decepção (não vou dizer frustação, não) foi não ser prefeito, embora não tenha afirmado. Mas uma coisa ele admitiu, que o ano dele seria 88 quando foi derrotado por Leonel Pavan.
Nitz, o Nelson II
Nunca fui amigo de cervejada, comidarada e pescaria do Nelson, mas sempre nos respeitamos. Não lembro de termos levantado a voz um com o outro em nenhum momento, mesmo na campanha de 96 que foi, talvez, a mais pesada que testemunhei em BC. Nelson foi sempre um bom papo e, também, muito bom com pessoas que conheço (de ajudar financeiramente em momento de necessidade e nunca fez publicidade disso).
Nitz, o Nelson III
Quis o destino (ou ele, o Nelson quis) que nos aproximasse agora recentemente a partir de fevereiro, ele já doente, para longos papos sinceros gravados com o objetivo de uma autobiografia. Nelson falou sem rodeios, algumas coisas, dizia, falei, mas não coloca. Até que a saúde foi piorando e acompanhei de perto sua vontade e otimismo de viver. Cada vez que nossos encontros eram frustrados ele mandava mensagem ou ligava pedindo desculpas e dizendo que não tinha pressa para terminar. Valeu Nelson, vou caprichar. Fica de olho.
Bastidores…
… da sucessão dão conta que o escolhido de Fabrício Oliveira está em aberto, embora se afirme que ele já esteja fechado com um político que não é Carlos Humberto. Aliás, há muita especulação e incógnita em torno do nome do deputado que, a princípio, ficaria onde está. Cravar um nome hoje seria queimar o nome do sujeito. Fica tudo no “quem será” o candidato até o momento que eles considerem certo para tornar público.
Não é fácil
Escolher um nome não é nada fácil para Fabrício porque ele se cercou de diferentes interesses divergentes. São empresários (do chamado grupo dos 12), são os pastores neopentecostais, é o MDB, é o PL, são os fabricistas que não engolem o CH, enfim é um cenário que exigirá do prefeito muito habilidade capaz de unir tudo isso sem azedar. Difícil.
Gotardo e Douglas
Um videozinho chamou minha atenção. Era o vereador Lucas Gotardo ao lado de Douglas Beber fazendo um preâmbulo elogioso ao presidente da Emasa. Estranhei, afinal o vereador sempre foi duro com Douglas. Até congelei o vídeo em foto (aí ilustrando) e mandei para alguns amigos com a legenda olhe para sua amada como o Douglas olha para o Gotardo.
Douglas e Gotardo
Como estranhei, procurei saber o que estava acontecendo e fiquei sabendo que o vídeo foi meio que por livre e espontânea pressão, porque o presidente da Emasa teria processado o vereador que o teria chamado de vagabundo. Hmmmm… passei a entender o vídeo e imagino que os vídeos posteriores do vereador reafirmando sua condição de fiscalizador da Emasa seria para satisfazer o seu eleitorado que não teria entendido o elogio a Douglas.
Diretas Já, 40 anos
Começamos a nos reunir para lembrar os 40 anos do comício da Tamandaré que aconteceu em janeiro de 1984. Tentaremos agregar nomes que participaram do evento tanto no palanque quanto que estavam na plateia. Mas só os convictos pela democracia, os arrependidos apoiadores do “golpe patriota” queremos distância.