Se você pensa que a temporada é terreno fértil para nada acontecer, você está enganado. Os bastidores políticos da coligação que comanda a cidade estão em chamas não só envolvendo a disputa de quem será o candidato a prefeito como, também, a “brigaçada” envolvendo seguidores de candidatos a vereador considerados “preferidos” do alto comando.
Na disputa para a Câmara de Vereadores, além dos já consolidados que devem ir a reeleição tipo Anderson, Omar e David La Barrica que acalentam a esperança de estarem na chapa majoritária, surgem alguns nomes ligados ao prefeito Fabrício de Oliveira que ganharam notoriedade nestes últimos quatro anos. Não estão incluídos os vereadores do PL, por mais irônico que possa parecer, afinal muitos deles são ligados a Carlos Humberto, excluindo-se o nome de Asinil Medeiros que sempre se colocou posição de confronto com o atual deputado estadual.
Entre os “preferidos” estariam dois colabores do governo: Guilherme Cardoso e Mazinho Miranda. Além dos dois, surgiu um novo preferido cooptado do PDT para o Cidadania, o suplente de vereador Samir Dawud que recentemente comemorou seu aniversário em concorrida festa realizada na residência de Claudir Maciel, no Estaleirinho com a presença do prefeito, secretários e colaboradores do governo que não pouparam na bebida e atitudes inconvenientes (não o prefeito, né, porque ele não bebe).
Os comentários de bastidores que a atuação dos apoiadores é pesada. Envolve boicote, além de criarem dificuldades para um ou outros nas burocracias internas da prefeitura já que praticamente todos são funcionários de confiança do governo. Até rebaixamento de cargo rolou.
Claro que muitos outros nomes do governo estão sendo cogitados. Fala-se até no nome de Gabriel Castanheira, secretário de segurança, Ricardinho do Dona Ruth, Artur da postura (olha, estou até criando nomes de campanha) e muitos outros, mas o comentário é que as saias justas acontecem mais entre as três possíveis candidaturas citadas, a turma do Samir, claro, como “perseguida”.
A situação estaria tão tensa que alguns dos FO boys chegaram a comentar de que estariam com o CH na campanha eleitoral. Uma ameaça dessa soa como sacrilégio para os seguidores do prefeito, afinal, nestas alturas, o ex-vice, atual deputado já é considerado adversário político.
E a acorda estica a cada nova declaração de CH a imprensa. A mais recente “só não serei candidato se me tirarem do partido”, mostra que CH está depositando suas fichas a própria candidatura. Por outro lado, seguidores de Fabrício afirmam que está tudo sob controle e que o candidato será Rubens Spernau. O prefeito viaja para o oriente médio na companhia de Jorginho Melo agora em fevereiro. Na volta poderemos ter a definição?
Pode ser que sim, pode ser que não. Para os empresários essa indefinição não é boa para os dois lados. Um deles com quem conversei observou com cara de preocupado: enquanto perdura esse clima de confronto, a Juliana Pavan trabalha sua candidatura fazendo política do corpo a corpo, a antiga prática política presencial que a população deseja depois de tanta distância e sem calor humano representada pelo relacionamento virtual.
Foto ilustrativa de Guido Jansen na Unsplash