Para os críticos que não digeriram Bob Dylan como Nobel de Literatura, música não literatura e letra de música tampouco poesia. Ter Dylan como um Nobel seria sempre algo improvável até a academia reconhecer e valorizar a autoria de canções que superam o tempo, portanto clássicos.
Dylan tem a capacidade de contar histórias sem precisar de páginas em branco e formato de livro. Canções como Like a Rolling Stone, Hurricane, Sara, All Along the Watchtower e tantas outras mais de sua obra poderiam bem ser título de romances de centenas de páginas em forma de livro. Mas, com seu pode de síntese, ele consegue escrever histórias em forma de estrofes.
Personagem obrigatória em qualquer história contada ou a ser contada sobre o rock como movimento social, Dylan já havia sido reconhecido com Oscar, Grammy e Pulitzer. Faltava romper a criteriosa e rígida academia sueca que, enfim, escancarou suas portas. Toda uma geração agradece. E comemora o feito.
Foto: Photo by Pete Souza / Official White House