No primeiro governo de Leonel Pavan isso lá em 1989 um grupo de empresários se reuniu para criar a Intersindical. A entidade queria participar mais das decisões da cidade em um governo centralizado na figura de Pavan. Obviamente Pavan não gostou, mas aturou até que a Intersindical se esfarelasse naturalmente. Passaram-se os anos novos mecanismos democráticos, de participação foram criados, entre eles o famoso Conselho da Cidade. Até que oito anos após a cidade ser governada pelo prefeito ERD, aquele que fez uma banana para a sociedade organizada, eis que surge o Fórum da Sociedade Civil querendo mais participação nas decisões da comuna.
Conta o release: “O objetivo é ganhar força e espaço para discutir assuntos prioritários de interesse da população, a exemplo do modelo ideal para o estacionamento rotativo para o município ou o destino de uma das áreas mais nobres da região central da cidade que vem sendo pleiteada exclusivamente por uma grande rede de departamentos”. Oras, os dois temas estavam na pauta do governo ERD e a sociedade civil assistiu sem pitaquear.
O Fórum de emparedamento do atual governo é formado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), OAB – Subseção de Balneário Camboriú, Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Balneário Camboriú e Camboriú (Sindilojas), Associação Empresarial de Balneário Camboriú (Acibalc), Sindicato dos Contabilistas (Sindicont), Sindicato dos Trabalhadores na Construção (Sindcon), Associação de Micros e Pequenas Empresas (Ampe), Convention & Visitors Bureau, Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e Instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental (Idea).
Do release: “Queremos unificar a nossa voz. Também vemos a necessidade do poder público valorizar melhor os conselhos, com mais participação da sociedade civil nas decisões”, diz (NdaR: não foi localizado quem disse). De acordo com o arquiteto Ênio Faquetti, Balneário Camboriú precisa passar por um choque de planejamento urbano. Segundo ele, ao longo dos anos, o que se percebe é um “constrói e desmancha” sem qualquer tipo de planejamento. (NdaR: o autor da frase apoiou o governo ERD e assinou a Praça Tamandaré. NdaR2: o que constrói e desmancha?).
Para a presidente do Comtur, Dirce Fistarol, uma cidade boa tem que ter equilíbrio, principalmente na definição de estabelecimentos comerciais de grande porte, pois eles acabam sufocando o comércio pequeno já estabelecido. Um dos assuntos vem vendo acompanhado de perto pelas entidades participantes é o projeto que prevê a construção de uma grande loja de departamentos em uma área de interesse público. “Queremos que aquela área seja reservada para um destino mais amplo e coletivo, como é o projeto da Praça do Cidadão que prevê um complexo de múltiplo uso, incluindo a futura sede da prefeitura.”, completa Eliane. (NdaR: sendo Dirce ou Eliane a autora da frase será que ela pensou no inferno que irá causa na mobilidade se colocar um centro administrativo naquele local com todas as atividades da prefeitura?).
Ainda segundo o release: De acordo com o presidente da Acibalc, Augusto Muchem, a união de forças é muito importante para a construção e debate de uma cidade sustentável para todos. “Não devemos impor barreiras às empresas que aqui chegam, mas não concordo que empresários de fora (de Balneário Camboriú) tenham tratamento diferenciado do empresário local”, enfatizou Augusto. Para o presidente da AMPE, Nivaldo Santos, as autoridades constituídas precisam demonstrar respeito pelas empresas estabelecidas no município e dar a elas o mesmo tratamento de quem busca se instalar aqui. (NdaR: os dois representantes manifestam todo o bairrismo e espírito de reserva de mercado que só atrapalha o desenvolvimento da cidade).
Enfim, os depoimentos de dirigentes parecem de ursos que hibernaram durante oito anos.