Há 50 anos negros foram espancados no domingo sangrento de Alabama
Recentemente li uma frase atribuída ao Brasil que, penso, vale para o que vivemos: “um país que acreditava ter finalmente chegado ao futuro, mas descobriu-se atolado no passado”. Lembrei imediatamente de Selma, no Alabama, onde em 1965, negros decidiram fazer uma caminhada até Montgomery em protesto pela morte de um irmão de cor. O governador George Wallace era um racista como essa turma da foto que aparece na foto do fotógrafo Spider Martin que acompanhou o perrengue e lançou um livro com as imagens.
Naquela época os EUA passavam por um processo de reconhecimento dos negros como cidadãos, já que até então era tratados como não cidadãos. Eles passariam a ter o direito de votar, embora fossem criados obstáculos para que se inscrevessem nas cidades do sul do país onde o racismo era mais explícito do que nas cidades do norte. No domingo, dia 7 de março, foram reprimidos sem dó. O presidente Lyndon Johnson percebendo a brutalidade branca foi rígido imprimindo legislação dura para quebrar a resistência branca.
Bem, 50 anos depois do domingo sangrento, assistimos os negros ainda tolerados, sendo obrigados a se agarrar em legislações para não serem humilhados, quando não mortos por uma desigualdade racial cada vez mais evidente neste mundo tão atolado no passado.