Neste ensaio do fotógrafo Uirá Lourenço, uma mostra que justifica porque Belém é uma das capitais com cultura ciclística mais disseminada e diversa. Vendedores de salgados, pais e mães no caminho para a escola dos filhos, entregadores de água mineral e gás de cozinha, vendedores de CD. Pessoas de todas as idades usam a bicicleta e, especialmente nos bairros periféricos, as bicicletas enchem as ruas.
Alguém inadvertidamente pode imaginar que se pedala pouco, afinal o clima é tipicamente amazônico: quente e úmido. Mas a bicicleta como meio de transporte é algo incontestável, a ponto de se formar congestionamento na ciclovia da avenida Almirante Barroso. Sem locais específicos para prender a bicicleta, elas se acumulam por postes e outros locais. A demanda por vagas para estacionar bicicletas é tão grande que até árvores se transformam em bicicletários suspensos.
A sombra das mangueiras, a energia do açaí, o relevo plano e a chuva refrescante ao final da tarde contribuem para as pedaladas. No mês da mobilidade (dia 22 de setembro é o Dia Mundial sem Carro), as imagens da diversidade ciclística em Belém podem servir de inspiração para outras cidades.
Fotos: Uirá Lourenço/Fotos Públicas